PUBLICIDADE Angola recuperou 3.300 milhões de dólares do Fundo Soberano

A Procuradoria-Geral da República angolana indicou ontem que o Estado recuperou 3.300 milhões de dólares (2.870 milhões de euros) do Fundo Soberano de Angola sob gestão do empresário suíço-angolano Jean-Claude Bastos de Morais e da sua empresa.

Um comunicado da Procuradoria-Geral da República, a que agência Lusa teve acesso, refere que os valores foram recuperados no âmbito das actividades do Serviço Nacional de Recuperação de Activos, que resultou na recuperação de todos os activos financeiros e não financeiros do Fundo Soberano de Angola.

Segundo a PGR angolana, 2.300 milhões de dólares foram recuperados em activos financeiros e outros 1.000 milhões de dólares recuperados a favor do Fundo Soberano de Angola com todo o património imobiliário, constituído por empreendimentos hoteleiros, minas de ouro, fazendas e resorts sedeados em Angola e no exterior.

Os activos financeiros recuperados, sob gestão de Jean-Claude Bastos de Morais, presidente das empresas do grupo Quantum Global, hoje libertado depois de ser detido em Luanda desde 24 de setembro de 2018, estavam domiciliados em bancos do Reino Unido e das Ilhas Maurícias.

"Por conseguinte, o Ministério Público decidiu não mais prosseguir criminalmente contra o senhor Jean-Claude Bastos de Morais, tendo-lhe sido restituída a liberdade", refere o comunicado.

Jean-Claude Bastos de Morais estava acusado de vários crimes, nomeadamente o de associação criminosa, de recebimento indevido de vantagem, corrupção e participação económica em negócios.

O suíço-angolano é presidente e fundador da Quantum Global, empresa que geria os activos do Fundo Soberano de Angola, do qual foi presidente José Filomeno dos Santos, igualmente em prisão preventiva, em Luanda, desde 24 de setembro de 2018.

José Filomeno dos Santos, filho do ex-Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, nomeado pelo pai, em 2012, para presidente do Fundo Soberano de Angola, foi exonerado, em janeiro de 2018, pelo chefe de Estado angolano, João Lourenço.

Sobre a situação de José Filomeno dos Santos, que se encontra ainda detido, o comunicado não faz qualquer referência.

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